ARECACEAE

Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman

LC

EOO:

2.004.538,55 Km2

AOO:

304,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Detalhes:

No Brasil a espécie ocorre no Cerrado e Mata Atlântica, nos Estados da Bahia, Goiás, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do sul (Leitman et al., 2012).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2012
Avaliador: Pablo Viany Prieto
Revisor: Tainan Messina
Categoria: LC
Justificativa:

<i>Syagrus romanzoffiana</i> é uma espécie amplamente distribuída, bastante frequente e está representada em algumas unidades de conservação (SNUC) de proteção integral.

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita na obra Fieldiana, Bot. 31: 382. 1968. Conhecida popularmente como "jerivá", "gerivá", "coqueiro-jerivá", "jeribá", "coqueiro", "coco-de-catarro", "coco-babão", "baba-de-boi" e "coco-de-cachorro" (Lorenzi et al., 2010).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Sim
Detalhes:

População:

Detalhes: Segundo Noblick (1996 apud Bernacci, 2001), a espécie é a mais frequente na natureza e em cultivo. Bernacci (2001) observou 766 indivíduos da espécie na floresta paludícola da Reserva Santa Genebra, Campinas, SP. Do total, 32 (4%) eram indivíduos reprodutivos e (92%) estavam entre a fase de plântula e juvenil. Santos; Souza (2007) amostraram 2.579 indivíduos da espécie em 1,25 ha na Estação Experimental Agronômica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (área total=11,07 ha). Segundo os autores, 2.175 indivíduos (84,3%) eram plântulas e 343 (13,3%) eram juvenis.

Ecologia:

Biomas: Cerrado, Mata Atlântica
Fitofisionomia: A espécie ocorre em floresta ciliar e/ou de galeria (Leitman et al., 2012). Floresta ripícola estacional semidecídua (Fleury, 2003; Santos; Souza, 2007).
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland, 3.6 Subtropical/Tropical Moist, 3.5 Subtropical/Tropical Dry
Detalhes: Espécie arbórea, terrícola, de caule solitário, liso, com 7-15 m de altura e 20-50 cm de diâmetro, de folhas plumosas com folíolos pêndulos e inflorescência longa. Frutifica no verão e as sementes tem alta germinação em três a seis meses (Lorenzi et al., 2010). Já Fleury (2003) afirma que a espécie frutifica durante o ano todo.

Ameaças (2):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
8.3 Prey/food base
Fleury (2003) estudou o efeito da fragmentação florestal na predação de sementes da espécie. A autora conduziu os estudo em remanescentes de tamanhos variados e concluiu que: fragmentos menores que 20 ha não possuem sementes predadas; fragmentos entre 230 e 380 ha possuem alta taxa de predação de sementes, sendo encontradas em todo remanescente independente do microhábitat e fragmentos maiores que 1.000 ha possuem uma menor taxa de predação e distinções abiótica e bióticas entre microhabitat.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1.4.2 Small-holder
Segundo Santos; Souza (2007) na área de estudo, o pastejo alterou significativamente a estrutura ontogenética da subpopulação estudada. Na área impactada pelo gado foi encontrada uma maior concentração de indivíduos nos estádios iniciais de plântula e juvenil I e menor proporção de indivíduos nos estádios intermediários. A área protegida do impacto do gado, por sua vez, apresentou menor proporção de juvenis e maior proporção de imaturos.

Ações de conservação (6):

Ação Situação
1.2.1.3 Sub-national level on going
A espécie foi considerada "Criticamente em perigo" (CR) ameaçada na Lista vermelha da flora do Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007).
Ação Situação
4.1 Maintenance/Conservation on going
Fleury (2003) afirma que para a conservação da população da espécie em fragmentos florestais com área inferior a 1.000 ha são necessários planos de manejo, como medidas que visem o desenvolvimento de sub-bosque em fragmentos que estejam inteiramente sob o efeito de borda, e a predação de sementes pós-dispersas em fragmentos onde haja forte pressão de predadores de sementes.
Ação Situação
4.1 Maintenance/Conservation on going
De acordo com Fleury (2003), a área onde a autora realizou seus estudos (Parque Estadual do Morro do Diabo) é considerada a reserva de Floresta Mesófila Semidecídua melhor protegida do interior do Estado de São Paulo.
Ação Situação
5.7.1 Captive breeding/Artificial propagation on going
Sousa et al. (2010) obtiveram resultados positivos na germinação in vitro do pólen da espécie. Os autores ainda indicam o melhor meio de cultura para propagação da espécie.
Ação Situação
5.7 Ex situ conservation actions on going
A espécie é cultivada no Jardim Botânico Plantarum (Instituto Plantarum, 2011). Também existem exemplares da espécie no Jardim Botânico do Rio de Janeiro (Leitman, com. pess.).
Ação Situação
4.4 Protected areas on going
Segundo Leitman (com. pess.) a espécie está presente em diversas unidades de conservação (SNUC) no Estado do Rio de Janeiro.

Ações de conservação (6):

Uso Proveniência Recurso
Confecção de ferramentas e utensílios
As brácteas são utilizadas em artesanato (Noblick, 1991 apud Bernacci, 2001).
Uso Proveniência Recurso
Ornamental
Por ser altamente decorativa e apresentar facilidade de transplante quando adulta, a espécie é a mais usada na arborização pública em todo o Brasil (Lorenzi, 1992; Lorenzi et al., 1996 apud Bernacci, 2001).
Uso Proveniência Recurso
Alimentício
De acordo com Bernacci (2001), a espécie pode ser uma alternativa à exploração da juçara por ocorrer em áreas em que a juçara não ocorre. O autor ainda afirma que se manejado dentro das formações florestais na ampla área de sua ocorrência, o "jerivá" pode proporcionar lucro advindo de sua exploração nas reservas florestais de domínio privado, em áreas onde não ocorre a juçara, ou complementando a exploração desta. O estudo de Raupp et al. (2007) mostra que o palmito da espécie é processado em conserva também.
Uso Proveniência Recurso
Energia e Combustíveis
Moreira et al. (2011) afirmam que o processo de extração da amêndoa oferece uma potencialidade de biomassa viável na geração de energia e, portanto, o "jerivá" possui potencial considerável como fonte alternativa de óleo para a produção de biodiesel.
Uso Proveniência Recurso
Forrageiro
A polpa dos frutos e as folhas, servem como alimento para o gado (Bondar, 1964 apud Bernacci, 2001).
Uso Proveniência Recurso
Confecção de ferramentas e utensílios
É utilizada em construções, pois sua madeira é moderadamente pesada, dura e altamente curável (Lorenzi, 1992 apud Bernacci, 2001).